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AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS DE CÉLULAS T CD4 EM HUMANOS INFECTADOS COM O VÍRUS DA CHIKUNGUNYA

por Edson Luiz Folador última modificação 24/02/2021 10h13
A febre da Chikungunya (CHIKF) é uma doença aguda seguida de artralgia grave sendo o vírus (CHIKV) transmitido por fêmeas de mosquitos dípteros do gênero Aedes. Composto de RNA de fita simples, o genoma viral codifica um total de 10 proteínas sendo 4 não estruturais e 6 estruturais. Desde que foi isolado em 1952, surtos da doença foram confirmados em diversos países gerando transtornos sociais e econômicos. Embora avanços tenham sido realizados ao longo dos anos sobre a participação da imunidade inata e adaptativa na doença, ainda são necessárias pesquisas objetivando um melhor entendimento acerca das respostas do sistema imune nas fases aguda e crônica. Assim, visando melhor compreensão acerca dos mecanismos imunológicos envolvidos com o estabelecimento da infecção pelo CHIKV, foram analisadas a frequência populacional de linfócitos T CD4, além da síntese das citocinas interleucina 10 (IL-10), Fator de transformação do crescimento β (TGF-β) e interferon-γ (IFN-γ), e a expressão das ectoenzimas CD39 e CD73 e dos receptores inibitórios proteína associada a linfócitos T citotóxicos 4 (CTLA-4) e proteína de morte celular programada 1 (PD-1) nas fases aguda e crônica da doença. Para isso, foram coletadas amostras sanguíneas de 7 pacientes acometidos com a Chikungunya na fase aguda (CHIK.A), 4 pacientes acometidos com a Chikungunya em fase crônica (CHIK.C), bem como 7 voluntários saudáveis compondo o grupo controle (CTL). Para caracterização fenotípica das células T CD4 bem como análise da produção de citocinas, enzimas e receptores, as amostras foram submetidas a lise de hemácias e, posteriormente, adquiridas em citômetro de fluxo. A análise dos dados revelou redução na frequência populacional de linfócitos T CD4 durante a fase aguda. Quanto a produção das citocinas IL-10 e IFN-γ, observou-se aumento na fase aguda, seguida de diminuição no estágio crônico. No entanto, a produção da TGFβ se mostrou inalterada em ambas as fases, resultado também observado para a expressão de CD39. Por outro lado, a ectonucleotidase CD73 se mostrou reduzida nos grupos agudo e crônico enquanto que a coexpressão CD39/CD73 apresentou redução em fase crônica. Quanto ao PD-1, não foram reveladas diferenças estatísticas significativas enquanto que a fase aguda apresentou aumento na produção do CTLA-4. No grupo crônico, por sua vez, não houve diferença estatística significativa quanto à produção deste receptor. Sugerese, portanto, que o estabelecimento da fase crônica poderia ser facilitado pelo aumento de ações imunossupressoras observadas no estágio agudo. Neste, por sua vez, a maior produção de IFN-γ assim como redução na expressão de CD73, auxiliaria em um quadro pró-inflamatório o qual contribuiria com o desenvolvimento de alguns sinais clínicos. Palavras-Chave: Citocina. CD73. CTLA-4